Dra. Maria Inês Fernandes Pimentel
Chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica e Vigilância em Leishmanioses do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas.
A leishmaniose tegumentar americana (LTA) tem um período de incubação variável, com média de 2 a 3 meses. No Brasil, os casos predominam nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste; 90% ocorrem acima de 10 anos de idade e mais de 70% dos afetados são do sexo masculino. A grande maioria dos casos afeta pele (leishmaniose cutânea), e em cerca de 6% dos casos brasileiros também são afetadas mucosas das vias aéreas e digestivas superiores, ou mais raramente mucosas genitais (leishmaniose cutaneomucosa ou leishmaniose mucosa). Predominam lesões cutâneas ulceradas com bordas infiltradas, uma ou poucas lesões, principalmente em áreas expostas da pele (mais suscetíveis às picadas de flebotomíneos infectados), formas denominadas leishmaniose cutânea localizada. Alguns casos se caracterizam por lesões numerosas (≥ 10 lesões em áreas não contíguas da pele), variando de lesões papulosas e pustulosas até úlceras com bordas infiltradas, denominadas leishmaniose disseminada; nestes casos pode haver lesões mucosas concomitantes em grande parte dos indivíduos afetados. Formas infiltrativas cutâneas sem ulcerações (leishmaniose difusa) são bastante incomuns e acometem principalmente indivíduos da Região Norte do país.